Em 10 de setembro de 2025, durante um evento da Turning Point USA na Utah Valley University, em Orem, Utah, Charlie Kirk foi atingido por um disparo vindo do telhado de um prédio próximo. O ativista conservador, de 31 anos, não resistiu e morreu no hospital. O caso é investigado como crime político pelas autoridades. Mas, além de crime político, sua morte expõe um traço ainda mais profundo da era em que vivemos: a hostilidade contra quem professa fé e valores tradicionais em meio à polarização ideológica.
O líder e o cristão
Charlie Kirk não foi apenas um ativista político. Foi, acima de tudo, um cristão convicto. Viveu como tal, pregou como tal e morreu como tal. Seu testemunho ecoa como o de tantos que, ao longo da história, enfrentaram perseguições por crerem em Cristo. Estêvão, o primeiro mártir, foi apedrejado diante do Sinédrio; Paulo, antes perseguidor, tornou-se perseguido e morreu em Roma; Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, por não se julgar digno de morrer como seu Mestre.
O próprio Jesus, em sua caminhada terrena, foi acusado, hostilizado, confrontado — e, por fim, crucificado. Charlie não é Jesus nem um apóstolo, mas sua vida e sua morte remetem à coragem de “cumprir o ide” e de “combater o bom combate”. É um exemplo de líder cristão contemporâneo que não se dobrou ao medo e cujo legado agora desafia os que seguem a mesma fé a perseverarem em sua missão.
Polarização e a cultura woke
A sociedade atual se vê marcada pela ascensão da chamada cultura woke (“desperta”), expressão usada para designar movimentos identitários e progressistas que, em nome da inclusão, muitas vezes acabam gerando novas divisões. Essa lógica, difundida especialmente em universidades e no mundo cultural, relativiza valores, distorce princípios e trata convicções cristãs como obstáculos a serem removidos.
Em meio a esse ambiente, pensar diferente não deveria ser motivo de hostilidade, mas de convergência democrática. Divergências existem — e sempre existirão —, mas precisam ser pontes de diálogo que elevem a sociedade a um novo nível, e não trincheiras ideológicas que aprofundem feridas.
A mídia e a inversão moral
A reação popular ao crime revelou a fratura cultural de nosso tempo. Houve quem comemorasse a morte de Charlie Kirk nas redes sociais, como se a discordância de ideias justificasse a execução de um jovem pai de família. Outros, mesmo críticos de sua atuação, manifestaram choque e indignação diante da brutalidade que encerrou sua vida.
Esse contraste deveria servir de alerta à grande mídia. Em vez de reforçar estigmas ideológicos ou reduzir a vítima à caricatura de “extremista de direita”, o jornalismo deveria assumir sua responsabilidade: narrar os fatos com sobriedade, honrar a vida perdida e reconhecer a gravidade de uma violência que ameaça a todos. Quando a imprensa se deixa pautar por interesses que extrapolam o compromisso com a verdade — sejam eles políticos, econômicos ou culturais — perde-se o sentido do jornalismo como serviço público.
Democracia e o verdadeiro papel do Estado
As divergências legítimas não podem servir de palanque partidário. A política deve cumprir seu papel essencial: oferecer educação de qualidade, saúde eficiente, segurança pública efetiva, infraestrutura adequada, geração de empregos, redução de impostos e da burocracia, e incentivo à cultura — sempre sem viés ideológico, com respeito ao cidadão que sustenta o Estado por meio dos tributos.
Um Estado verdadeiro não oprime o povo. Ele garante as liberdades, faz valer as leis, aprimora o que precisa ser aperfeiçoado, sem perseguir grupos ideológicos ou políticos contrários.
Chamado à missão
Charlie Kirk morreu defendendo o que acreditava, como cristão e como cidadão. Seu testemunho convida os cristãos contemporâneos a refletirem sobre a missão que receberam: viver e anunciar a fé com coragem, mesmo em tempos de hostilidade. Mas sua história também fala a toda a sociedade — sobre a dignidade da vida, o valor da liberdade e o perigo da polarização que ultrapassa limites humanos.
“Sendo assim, caminhamos em confiança, e preferimos estar ausentes desse corpo para estarmos completamente presentes com o Senhor.”
(2 Coríntios 5:8)
Charlie Kirk caminhou em confiança. Agora, está presente com o Senhor.















