STF inicia julgamento de Carla Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta sexta-feira (9), o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti, acusados pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O julgamento acontece no plenário virtual da Primeira Turma da Corte e vai até o dia 16 de maio, caso não haja pedidos de vista ou destaque.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar e se posicionou a favor da condenação dos dois réus. Ele propôs uma pena de 10 anos de prisão em regime fechado para Carla Zambelli, além da perda de seu mandato parlamentar — decisão que, nesse caso, caberá à Câmara dos Deputados. Para Delgatti, Moraes sugeriu uma pena de 8 anos e 3 meses de reclusão.
Ambos também devem, segundo o relator, pagar R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos, caso o voto seja seguido pelos demais ministros.
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a parlamentar teria sido a autora intelectual do crime. A acusação afirma que, entre agosto e novembro de 2022, Zambelli procurou Delgatti, ciente de suas habilidades técnicas, e propôs que ele invadisse sistemas do Judiciário com o objetivo de adulterar dados e emitir documentos falsos, como um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, já havia aceitado a denúncia da PGR em maio de 2024, transformando Zambelli e Delgatti em réus.
Durante a tramitação do processo, a deputada negou todas as acusações e disse não ter solicitado qualquer ação ao hacker. Já Walter Delgatti reafirmou que agiu a pedido de Zambelli e que recebeu dela a proposta para participar da invasão.
O julgamento segue até 16 de maio e pode definir o futuro político e jurídico da deputada federal, além de marcar mais um capítulo nas investigações sobre ataques a instituições democráticas.