Em uma participação contundente no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez declarações fortes sobre o papel do Brasil e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mediação da guerra entre Ucrânia e Rússia. Zelensky afirmou que “o trem do Brasil passou” e que Lula não é mais um “player” relevante nas negociações para o fim do conflito.
Contexto das Declarações
Zelensky destacou que, apesar de ter se encontrado com Lula e pedido que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, agora considera que o presidente brasileiro perdeu relevância no cenário internacional. “Lula não será um ‘player’ relevante para o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,” afirmou Zelensky, refletindo a frustração com a postura do Brasil em relação ao conflito.
As declarações de Zelensky seguem uma série de atritos entre os dois líderes ao longo de 2024. Em maio daquele ano, Brasil e China apresentaram uma proposta de paz defendendo uma “resolução pacífica,” mas a relação entre os presidentes foi tensionada por declarações de ambos os lados. Lula sugeriu que a Ucrânia deveria ceder o território da Crimeia para a Rússia, o que foi criticado por Zelensky, que afirmou não entender por que “o Brasil está do lado do agressor.”
Resposta da Rússia às Ameaças de Sanções de Trump
Paralelamente, o Kremlin respondeu às ameaças de sanções do presidente Donald Trump. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia não vê “novos elementos” nas ameaças de sanções e destacou que o país continua disposto a um diálogo respeitoso e em pé de igualdade com os EUA.
Desafios Jurídicos de um Acordo de Paz
Um potencial acordo para encerrar a guerra na Ucrânia enfrenta desafios jurídicos significativos, especialmente em relação aos territórios ocupados pela Rússia, como a Crimeia. O direito internacional proíbe aquisições territoriais por meios bélicos, complicando a negociação de um acordo que reconheça essas áreas como parte legítima da Rússia.
Envios de Forças Estrangeiras
A Ucrânia está pressionando por um contingente de 200 mil soldados europeus para evitar um novo ataque russo após qualquer acordo de cessar-fogo. A Rússia, por outro lado, considera o envio de tropas da OTAN para a Ucrânia uma “escalada incontrolável e totalmente inaceitável”.
Economia Russa em Dificuldade
Apesar das tentativas do Kremlin de criar uma falsa impressão de prosperidade, a economia russa está demonstrando sinais de dificuldade. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) relatou que a Rússia está enfrentando stress macroeconômico significativo, exacerbando os desafios internos do país.
Declarações de Zelensky e Trump
Zelensky reiterou que qualquer acordo de paz deve ser acompanhado de supervisão militar e pediu um efetivo de 200 mil soldados europeus de manutenção da paz. Trump, por sua vez, deu um prazo de 100 dias para seu enviado especial acabar com a guerra na Ucrânia e ameaçou impor novas sanções caso a Rússia se recuse a negociar um cessar-fogo.
Repercussão Internacional
As declarações de Zelensky refletem uma crescente frustração com a postura do Brasil e a percepção de que o país não está desempenhando um papel efetivo na mediação do conflito. A comunidade internacional continua a observar de perto as ações e declarações dos líderes envolvidos na busca por uma solução para a guerra na Ucrânia.
Jornalismo Municipio News – 24/01/2025