O depoimento de Eduardo Tagliaferro nesta terça (2.set) no Senado provocou forte reação da oposição. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) pediu a prisão de Alexandre de Moraes e defendeu a interrupção imediata do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, alegando que o processo estaria “contaminado” por provas forjadas.
O mapa mental e os empresários
Tagliaferro relatou ter sido obrigado a criar um mapa mental e elaborar documentos a partir de diálogos de empresários em grupo de WhatsApp, revelados pelo jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles. O material incluiu o dono da Havan, Luciano Hang, e teria sido usado para justificar medidas no inquérito do 8 de Janeiro.
A vitória de Hang na Justiça
Em 2024, Hang obteve decisão judicial que censurou a reportagem e determinou indenização, sob alegação de falta de provas ligando-o à defesa de golpe. Para opositores, isso reforça que o inquérito teria sido sustentado em “documentos artificiais”.
Reações no Senado
Em discurso contundente, Damares Alves afirmou:
“Esse material tem que ser encaminhado hoje para o ministro Barroso e ele, de ofício, tem que interromper aquele julgamento. Aquele julgamento está contaminado, as provas estão contaminadas. Qualquer estudante de direito sabe que tem que interromper aquele julgamento hoje.”
A senadora classificou o caso como “uma grande violação de direitos humanos”, denunciou que prisões e buscas teriam ocorrido com base em “provas falsas” e pediu investigação sobre o magistrado responsável. Ela cobrou resposta imediata do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre:
“Que raio de Senado nós somos, depois de tudo isso aqui a gente não fizer nada ainda hoje?”
O senador Magno Malta (PL-ES) anunciou um projeto para instituir o 2 de setembro como “Dia da Vergonha” e sugeriu o envio de uma comitiva à Itália para tratar da situação de Carla Zambelli e de Tagliaferro, que vive no país.
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou as revelações como “estarrecedoras” e ofereceu proteção a Tagliaferro e sua família.
Novas revelações sobre PGR
Tagliaferro mencionou ainda diálogos de Moraes com o procurador-geral Paulo Gonet, intermediados por um assessor, Lucas, via WhatsApp, fora do trâmite legal. Oposicionistas dizem que isso expõe parcialidade no processo.
Conclusão
Após o depoimento, o canal de Tagliaferro no YouTube foi derrubado por ordem de Alexandre de Moraes. O ex-assessor denunciou estar sofrendo perseguição direta do ministro, reforçando o clima de tensão entre STF e oposição no Senado.
Entenda o contexto
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Reportagem original: Guilherme Amado publicou em 2022 mensagens de empresários em grupo de WhatsApp, incluindo Luciano Hang.
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Produção paralela: Tagliaferro afirma que foi obrigado a criar documentos adicionais para dar lastro ao inquérito do 8 de Janeiro.
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Decisão judicial: Hang conseguiu censurar a reportagem e indenização contra o Metrópoles.
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No Senado: Damares pede prisão de Moraes e interrupção do julgamento de Bolsonaro; Malta propõe “Dia da Vergonha” e comitiva à Itália; Flávio Bolsonaro oferece proteção a Tagliaferro.
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Agora: Tagliaferro denuncia perseguição após ter seu canal do YouTube derrubado por ordem de Moraes.















