Guarulhos, na Grande São Paulo, enfrenta mais um abalo em seu parque industrial. A multinacional francesa Michelin anunciou que encerrará, até o final de 2025, as atividades de sua fábrica na cidade. A unidade é responsável pela produção de câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas, pneus industriais e componentes usados em outras operações da companhia.
Segundo a empresa, o avanço de produtos importados da Ásia, com preços mais competitivos que os da produção nacional, tornou a operação local economicamente inviável. A estimativa é que cerca de 350 trabalhadores sejam impactados. A Michelin informou que negocia com o sindicato da categoria um pacote de desligamento com apoio financeiro e orientação profissional.
O encerramento das operações da Michelin soma-se a outro caso recente: em março de 2023, a PepsiCo transferiu para Sorocaba a produção do achocolatado Toddy, encerrando a atividade fabril em Guarulhos e afetando aproximadamente 300 funcionários.
Diante desse cenário, lideranças empresariais locais cobram medidas efetivas do poder público. Em vídeo publicado pelo Portal Cidade de Guarulhos, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE), Silvio Alves, afirmou: “É muito importante o governo municipal se atentar para um projeto de incentivo fiscal o quanto antes, pra que Guarulhos possa retomar a geração de emprego e renda.” Segundo ele, a entidade já dispõe de uma proposta estruturada: “A Associação Comercial tem um projeto pronto de incentivo fiscal para apresentar ao poder público, ao qual estamos à disposição para que esse projeto seja implementado.”
Com duas grandes indústrias deixando a cidade em um intervalo de apenas três anos, Guarulhos vê sua competitividade industrial ameaçada. Especialistas apontam que, sem ações coordenadas entre o setor produtivo e o poder público, novas perdas podem ocorrer — comprometendo ainda mais a geração de emprego e renda na região.