Na Casa Branca, o Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, deu um tom alarmante à política externa dos Estados Unidos, afirmando que o gasto excessivo com a defesa e com conflitos distantes, como o da Ucrânia, é insustentável para o futuro da segurança americana. Em um movimento que parece indicar o distanciamento dos EUA da OTAN, Hegseth reforçou que qualquer garantia de segurança à Ucrânia deve ser tratada por tropas europeias, sem a presença direta dos americanos.
Estas palavras acontecem em um momento de intensificação das negociações de paz. Donald Trump e Vladimir Putin mantiveram uma conversa telefônica onde discutiram, entre outros pontos, a guerra na Ucrânia. Trump, sempre um defensor de negociações diretas, anunciou que um encontro entre os dois líderes está nos planos, com a Arábia Saudita sendo cogitada como sede. O foco? A busca por uma solução pacífica, talvez com Trump se colocando como o mediador entre Rússia e Ucrânia, com uma possível nova eleição na Ucrânia, um ponto que ele abordou com veemência, sugerindo que “terá de haver eleições em algum momento”.
“terá de haver eleições em algum momento”
Enquanto isso, o Kremlin reforçou o desejo de Putin por uma solução de longo prazo para o conflito, com a promessa de um processo de paz envolvendo as potências mundiais. Mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem se mantido firme em sua postura: as negociações não podem ser feitas sem a participação da Ucrânia, que se vê como uma nação soberana, sem espaço para concessões territoriais.
Recentemente, Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, também fez declarações contundentes. Ele assegurou que “a Rússia nunca será derrotada”, e que a conversa telefônica entre Trump e Putin deixa claro que “o tempo da Europa acabou”. Medvedev, com um tom desafiador, afirmou que “é impossível pôr a Rússia de joelhos” e alertou que quanto mais rápido os adversários da Rússia se conscientizarem disso, melhor. Para Medvedev, o estreitamento das relações entre os EUA e a Rússia será crucial nas conversações de paz, mas ele ressalta que a Ucrânia não pode ser excluída do processo. Em resposta, Mark Rutte, Secretário-geral da OTAN, reiterou que a aliança tem a responsabilidade de garantir que a Ucrânia seja uma parte integral das discussões.
“a Rússia nunca será derrotada”
A crescente inquietação sobre os custos de um conflito prolongado está também sendo impulsionada por figuras como o magnata Elon Musk, que alertou sobre os riscos financeiros para os EUA caso se mantenham envolvidos em guerras distantes sem uma estratégia clara. Musk e Trump, com seus discursos alinhados sobre a necessidade de reavaliar os compromissos militares dos EUA, indicam uma mudança estratégica de posicionamento que, embora impacte a OTAN, fortalece a pressão para uma resolução diplomática.
Desafios adicionais para a OTAN: Em um novo ponto de tensão, Medvedev também afirmou que as potências europeias precisam entender que a Rússia não será subjugada e que a abordagem de Trump — de se distanciar da OTAN — pode ser uma das estratégias a longo prazo para garantir a paz na região. Para ele, esse movimento abre caminho para um novo capítulo nas negociações globais.
A grande questão, porém, permanece: será que Trump e Putin podem estar planejando um futuro em que a Ucrânia, sob um novo governo mais alinhado com Moscovo, poderia ser um possível ponto de paz? Se for esse o caminho, o jogo geopolítico entre Washington, Moscovo e Kiev promete transformar o futuro da Ucrânia de maneira ainda mais imprevisível. A OTAN e a União Europeia, com sua crescente pressão para manter a segurança europeia, devem responder a essa nova dinâmica, que coloca em xeque seus compromissos e alianças.
Por enquanto, o Jogo de Poder continua, e a tensão aumenta enquanto o mundo observa os passos de Trump, Putin, Zelensky e o papel da OTAN neste cenário instável. Com a segurança do continente europeu e o destino da Ucrânia nas mãos de grandes potências, o equilíbrio entre a paz e o conflito permanece mais fragilizado do que nunca.