O mundo amanheceu em luto nesta segunda-feira (21), com a notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, em sua residência oficial no Vaticano. O anúncio foi feito pelo Cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja, que comunicou que o pontífice “voltou à casa do Pai”.
Uma trajetória de fé e transformação
Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, foi o primeiro papa latino-americano da história e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo máximo da Igreja Católica. Ele assumiu o papado em 2013, sucedendo Bento XVI após sua renúncia, e desde então se tornou um dos líderes religiosos mais influentes do século XXI.
Ao longo de seus 12 anos de pontificado, Francisco promoveu reformas importantes, priorizou os mais pobres e marginalizados, e defendeu causas como a preservação ambiental e o diálogo inter-religioso. Sua postura humilde e acessível conquistou fiéis ao redor do mundo, tornando-o um dos papas mais carismáticos da era moderna.
Repercussão global e homenagens
Líderes políticos e religiosos de todo o mundo lamentaram a morte do pontífice. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o legado de Francisco na luta pela justiça social e pelos direitos humanos. O Rei Charles III, do Reino Unido, afirmou que o papa será lembrado por sua compaixão e compromisso com a unidade da Igreja.
A Comissão Europeia, representada por Ursula von der Leyen, também prestou homenagem, ressaltando que Francisco inspirou milhões com sua humildade e amor pelos menos favorecidos.
Um líder político e espiritual
Embora amplamente admirado, o Papa Francisco também enfrentou críticas durante seu pontificado. Sua postura progressista em temas como imigração, mudanças climáticas e inclusão social gerou resistência de setores mais conservadores dentro e fora da Igreja. Ainda assim, ele manteve seu compromisso com uma Igreja mais aberta e próxima dos marginalizados, reafirmando sua visão de um cristianismo voltado para o amor e a compaixão.
Saúde debilitada e últimos momentos
Nos últimos meses, o estado de saúde do papa gerava preocupação. Em fevereiro, ele foi internado com um quadro de bronquite severa, permanecendo hospitalizado por cerca de 40 dias. Apesar da recuperação, sua fragilidade era evidente, e em algumas ocasiões precisou que auxiliares lessem seus discursos.
No domingo de Páscoa (20), Francisco apareceu publicamente pela última vez, abençoando fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano. Horas depois, veio a notícia de seu falecimento, confirmada pelo Vaticano às 2h35 (horário de Brasília).
O futuro da Igreja Católica
Com a morte de Francisco, a Igreja entra em um período de transição. O Colégio dos Cardeais deverá se reunir nas próximas semanas para definir o novo líder da Igreja Católica. O conclave será realizado no Vaticano, onde os cardeais elegerão o 267º papa da história.
Quem será o sucessor de Francisco? E como ele lidará com os desafios de um mundo em transformação, marcado pela ascensão de líderes conservadores como Giorgia Meloni, Javier Milei e Donald Trump? O próximo pontífice terá a missão de equilibrar as demandas de uma Igreja global e as tensões políticas de um cenário cada vez mais polarizado.