Fico surpresa que, em um século com tantas informações de segurança difundidas, seja preciso repetir o óbvio: as crianças não deveriam ter redes sociais. Nem mesmo estou obtendo méritos de acesso à internet – aqui, sistemas específicos como Instagram, Facebook, TikTok, X, Snapchat etc. Esse não é um fato que merece questionamentos ou argumentações muito importantes, porém sabemos que a realidade está distante de ser essa. Assim, escrevo esse artigo com algumas regras que podem garantir a segurança do seu filho na era digital, ainda que o perfil dele seja fechado – o que, de fato, eu espero que seja – essas dicas devem ser colocadas na prática.
Privacidade: o primeiro passo para um uso seguro
Conscientizar sua criança sobre privacidade é o ponto de partida para o uso saudável das redes. Até mesmo adultos têm dificuldade em compreender o que deve ou não ser compartilhado em seus perfis, participando de tópicos cujo momento expõe informações que podem ser utilizadas em casos de ataques de Engenharia Social, isso é, utilizar dados sensíveis a fim de falsificar, roubar e hackear. Dessa forma, mantenha uma conversa franca com seu filho sobre postagens que não devem ser feitas.
Preste atenção também em todo o ambiente em caso de fotografia – documentos, cartões, lugares que identifiquem a localidade exata de sua casa, da escola que ele estuda, do parquinho preferido. Aqui, estou considerando que seja necessário destacar a necessidade extrema de analisar constantemente as redes sociais das crianças, incluindo as mensagens e o autor da publicação de histórias e postagens. Isso não é uma questão de autoritarismo, é sobre proteger a inocência e a integridade do seu filho contra Pedofilia e Cyberbullying, principalmente.
Estabeleça limites de tempo online
Se até nós, adultos, perdemos horas de nossas vidas rolando o feed enquanto comparamos e questionamos nosso desenvolvimento e desempenho em detrimento de outras pessoas, faça o exercício de imaginar o impacto causado na mente infantil. E não apenas isso, a hiperestimulação cerebral faz com que nos viciemos em “dopamina barata” e fiquemos insustentáveis – seu filho deixará de ler, de brincar, de correr e de ter interesse em descobrir coisas novas através de experiências empíricas. Além disso, mais tempo online significa mais oportunidades de explorar e descobrir ambientes impróprios e perigosos, como fóruns, comunidades e páginas inapropriadas.
Atenção ao que é publicado na internet
Agora, destacamos pontos mais sérios. Seja malicioso e pense com a mente de um criminoso. Você pode não enxergar maldade em uma criança usando roupas de banho ou um pijama, mas eu aposto com você que existe um grupo selecionado na internet que não apenas enxerga, como também utiliza essas fotos postadas por pais orgulhosos de seus filhos e as divulga em fóruns, sites, grupos, Dark Web e comunidades. Por isso, alerta aos pais: cuidado com as fotos que você postar em seus perfis abertos ao público. Nada que seja colocado na internet dura apenas 24h, prints e comentários têm impacto eterno.
Sei o quanto isso parece injusto e nojento! Na verdade, é necessário escrever esse artigo, mas estamos cientes da necessidade disso. Com essas regras básicas, tenho esperança de que possamos criar um ambiente mais seguro e acolhedor para as crianças nas redes sociais, ainda que o lugar delas seja nas quadras de futebol e com os seus brinquedos preferidos.