Brasília — A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta semana, marca um dos episódios mais controversos da história recente do país. Com pena de 27 anos e 3 meses de prisão, a decisão foi tomada por quatro votos contra um — sendo o voto divergente do ministro Luiz Fux, que apontou nulidades processuais e questionou a competência da Turma para julgar o caso.
Segundo os ministros que votaram pela condenação, Bolsonaro teria participado de uma articulação para impedir a posse do presidente eleito em 2022 — narrativa que vem sendo chamada de “trama golpista” pela grande mídia e setores da esquerda. O ministro Fux, por sua vez, sustentou que não houve provas suficientes e que o julgamento deveria ocorrer no plenário do STF, e não em uma turma reduzida.
“o jogo ainda não acabou”
“Trump não ficará calado diante da perseguição política”
A reação da família Bolsonaro foi imediata. O senador Flávio Bolsonaro declarou que “o jogo ainda não acabou” e que a direita está se reorganizando para 2026. Já o deputado Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, afirmou que o presidente Donald Trump está acompanhando o caso e que haverá reação internacional. “Trump não ficará calado diante da perseguição política”, disse Eduardo, em referência à aplicação da Lei Magnitsky contra ministros brasileiros.
Enquanto isso, o Congresso Nacional discute uma proposta de anistia geral e irrestrita para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, que pode incluir Bolsonaro e outros nomes da oposição, está sendo articulada por deputados do PL, Republicanos e União Brasil. O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou que a votação pode ocorrer ainda este mês.
O Senado, porém, apresenta resistência. O presidente Davi Alcolumbre defende uma versão mais restrita da anistia, que excluiria lideranças políticas e se concentraria em réus de menor gravidade. Nos bastidores, o governador Tarcísio de Freitas tem atuado como ponte entre as bancadas, buscando consenso para aprovar o texto.
Até o momento, o STF já condenou mais de 600 pessoas pelos atos de 8 de janeiro, com penas que variam de 1 a 17 anos. A maioria dos réus fez acordos para evitar prisão em regime fechado, mas cerca de 140 permanecem encarcerados. A indenização coletiva pelos danos aos prédios públicos foi fixada em R$ 30 milhões.
A conjuntura atual levanta uma pergunta que ecoa entre juristas, parlamentares e cidadãos: estamos diante de uma correção institucional ou de um desequilíbrio entre os poderes? A resposta, como sempre, dependerá do tempo — e da maturidade democrática do país.
Do outro lado do continente, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, publicou nesta quarta-feira uma mensagem que repercutiu entre lideranças conservadoras:
“A liberdade de expressão e o direito à dissidência estão sendo sufocados por tribunais que se colocam acima da vontade popular. Isso não é democracia — é engenharia institucional.”
Horas depois, Vance foi visto ajudando a carregar o caixão do jovem líder Charlie Kirk, assassinado em Utah. O gesto silencioso, mas simbólico, reforçou entre muitos conservadores a ideia de que a luta pela liberdade não tem fronteiras — e tampouco se encerra com uma sentença judicial.














